Saturday, December 23, 2006

Amargura Natalina

Eu devia ter olhado melhor pras suas mãos naquele dia.
No dia do reencontro.
Se tivesse olhado bem teria visto que o amor que você me deu não era amor.
Era sofrimento envernizado com uma camada bem fina de “ternura”.
Qualquer um teria reparado a falsificação grosseira.
Hoje sinto me um tanto patética em ter aceitado o seu presente, e por ter insistido tanto numa estória que eu sabia que não tinha sentido.
Reconheço que ninguém me engana tão bem como você.
Mas isso também pouco importa agora.
Sabe o coração que eu te dei?
Faça um picadinho, refogue com cebolas e sirva na ceia de Natal.
Se farte com as minhas dores e ilusões perdidas.
E que você tenha uma baita indigestão.
Eu-que-ro-que-vo-cê-mor-ra. É isso que eu quero.
Ponto.

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