Sunday, February 25, 2007

Naquele dia que eu esqueci...

Se eu pudesse escolher, morreria em setembro.
Com a chegada da primavera e das borboletas. Morreria assim, numa tarde de sol meio tímido, mas presente, com nuvens brancas e gordas no céu, formando desenhos sortidos em meio ao azul intenso. Seria uma tarde romântica.
Nós tomaríamos um sorvete, o seu de limão, o meu não lembro bem, algo doce, muito doce (afinal não era doçura o que faltava?). As coisas aconteceriam rápidas e lentas demais.
Seria uma breve reunião de tudo o que gosto:
Tarde de sol com nuvens brancas no céu azul.
Sorvete do Freddo
Carinhos sem fim
Macarronada da Mamma
Brigadeiro
Um bom e relaxante sono.
A perfeição refletida em últimos momentos, não nossos, mas meus. Meus últimos momentos.
A perfeição de uma vida imperfeita.
Enfim, algo saiu errado.
E as semanas (e meses? E anos?) seguintes foram só tempestade na vida da menina de olhos de tempestade.

BANG BANG!!!

(Agora você poe a mão no peito e vai caindo devagar, como se tivesse sido atingido, e fica no chão, como se estivesse morto, só pra me fazer feliz).

Saturday, February 17, 2007

Como pode um peixe vivo???

Se fulaninho tivesse ficado meu amigo, mesmo depois do rompimento, eu poderia ligar pra ele e perguntar o que esta havendo com o meu aquário, e o por que meus peixes estão morrendo.
Mas não, fulaninho não quis ser meu amigo pra sanar as minha dúvidas de piscicultura.
Nem pra isso ele serviu.

Tuesday, February 13, 2007

O que acontece com o pra sempre, quando o pra sempre acaba?

É meu bem, tudo que eu desejo, mas desejo com vontade e profundamente, eu consigo.
Pode demorar, mas eu consigo.
E foi assim que eu esqueci.
Desejei do fundo da minha alma pra que aquele sentimento se fosse, como se vão os segundos depois que o ponteiro passa no infinito tic-tac.
E hoje ao acordar me senti mais vazia, sabe?
Mais vazia que o normal, meu amor. E percebi que pensar em você não me provoca as mesmas reações de antes.
Acabou, definitiva e irremediavelmente acabou.
Não sobrou nada, nem mágoa, nem tristeza.
Nem dor.
É estranha essa sensação de página virada, consegue perceber?
Mas virou. Virou realidade.
Já não desejo mais. Já não me aflige mais.
Já não me importa mais saber de você.
E agora sim, estou livre do peso do amor-sem-fim-que-acabou-assim-de-repente.
O peso do amor que era pra sempre e eterno e que sem nenhuma explicação tornou-se oco e sem nexo. O amor que sem mais nem menos não me convinha mais. Que me convêm mais, meu bem.
Estou livre da maldição dos amores infelizes e incompletos.
Estou livre, e é só...
Livre pra que minha vida siga a diante.


*E sabe qual é a melhor parte de tudo? É que ninguém mais vai me comparar a Joni Mitchell. Detesto Joni Mitchell, sempre detestei Joni Mitchell, ainda mais ser comparada a Joni Mitchell.*

Sunday, February 11, 2007

Depois que amadureceu e que decidiu não mais se matar, foi-se embora inspiração. Deixava então de ser uma sofredora diletante para tornar-se uma aduta

O sol brilhou na manhã seguinte depois da sétima vez que você me matou.
Eu acordei e o gosto metálico de sangue continuava na minha boca.
Eu pensei umas três mil quatrocentas e noventa e sete vezes como você foi capaz de fazer isso comigo.
Mas na verdade eu nem estava tão surpresa assim.
Você é sempre tão previsível que eu sabia que cedo ou tarde eu sentiria o punhal entrando nas minhas costas nuas.
Então, quando tudo aconteceu nem doeu tanto.
Creio que agora, vendo as tuas costas despidas, enquanto seguro o punhal com minhas mãos trêmulas, sentindo a carne rasgando e os filetes de sangue escorrendo devagar, pra se encontrarem no chão formando a poça maior a dor deva ser imensa.
Não, essa dor não é minha, é sua.
Tomara que doa, que doa muito.
Ninguém joga o meu coração no chão assim.
Embora hoje eu nem precise mais de um coração.



**Vou publicar todos os textos que eu tenho guardados.
O conteúdo destes textos nãoi condizem necessariamente com minha situação psicológica atual.
O título deste post é uma citação de Fernanda Young, que me fez pensar que realmente decepção não mata, mas te ajuda a amadurecer.**

Saturday, February 03, 2007

Atualmente...

Para Bob...



Eu sempre achei que sabia o que procurava.
Eu sempre fui tão segura de mim mesma.
Auto-suficiente até.
Ledo engano.
Hoje eu sei, o que eu mais queria era paz.
Paz de espírito, paz interior.
E o mais contraditório e que paz era a única coisa que eu não tinha.
Era o que estava me faltando.
Não, não irei culpar ninguém pela falta de algo que só dizia respeito a mim mesma, algo do meu interesse.
Enfim, tudo passou.
E esse sorriso que trago agora em meus lábios é verdadeiro, como há tempos não era.
Meu amigo imaginário me faz feliz, me faz sorrir e me dá diariamente drops de sorrisos e paz.
Paz.
É o que eu tenho agora.


(e agora o que eu faço com todos os textos deprês e de desabafo que escrevi em tempos ruins? Tô feliz demais pra postar aquelas coisas tristes e dramáticas. Enfim, depois penso nisso)