Sunday, June 24, 2007

Never stop the game...

Ele me perguntou se eu não tenho medo de me machucar.
A pergunta ecoou em meus ouvidos, percorreu o corpo todo e foi parar no meio do meu estômago, como um soco, seco e certeiro.
Tentei em vão formular uma resposta complexa e verdadeira, mas enfim, a única coisa que saiu da minha boca foi um simples e mentiroso não.
Não é que eu não tenha medo, medo todos têm, eu acho.
Eu acho, e isso quer dizer que não é certeza, mas é tudo tão banal.
Sofrer todos sofrem, e eu sinto tanto.
Mas quem se importa realmente com isso?
A única coisa que eu quero agora é continuar dançando, pela noite toda, até de manhã.
Até me cansar.
Assim como cansei dele, e daquele outro.
Faz parte do jogo.

Sunday, June 17, 2007

Young...

Ela tinha o mundo nos olhos, uma visão distorcida da vida, mas não se importava muito com isso.


Quando um amor deixa de ser grande, ele não vira pequeno
amor, vira pequeno estorvo...

Sunday, June 10, 2007

Mantra

Todos os dias, pela manhã, abro a janela do meu quarto pra deixar o sol ou o cinza do dia entrar.
E vou repentindo enquanto troco de roupa: que seja mais doce.
Enquanto tomo meu café: que seja mais doce.
Enquanto escovo meus dentes: que seja mais doce.
Enquanto faço a maquiagem: que seja mais doce.
Enquanto saio pra trabalhar: que seja mais doce.
E assim por diante.

Thursday, June 07, 2007

A noite das impossibilidades


No exato momento em que ela virou o último gole do capuccino, e se encaminhava para a sala de embarque, o aviso de que o vôo iria atrasar devido ao mau tempo fez com que seu castelo de areia desmoronasse.
Seu plano de chegar a tempo de encontrá-lo acabava de ser destruído.
Droga de chuva, droga de tempo, droga de vida.
Não tinha muito que fazer a não ser esperar que uma boa notícia ecoasse pelos alto-falantes do saguão de espera.
Neste meio tempo, o negócio era distrair a mente. Observar as pessoas, pensar em outras coisas, qualquer alternativa que fizesse com que aquela ansiedade e taquicardia passassem.
Em vão tentou imaginar o cenário de um filme, lembrar uma peça de teatro, tentou adivinhar o que as pessoas carregavam em suas valises.
Imaginou todas as possibilidades que se dissipavam com as gotas grossas da chuva, as palavras imaginadas que não seriam ditas, nem ouvidas, pelo menos não naquela noite.
De repente uma tristeza profunda tomou conta de si, e ela teve a sensação de morrer, sua vida se esvaindo, teve pena de si mesma...
Se tivesse que tocar uma música neste momento seria “Stella was a diver and she was always down” do Interpol.
Seu desejo neste momento era se chamar Stella.
Ou qualquer outro nome, não importava.
O tempo corria, e já era tarde demais...
Queria chamar-se Alice, e regressar ao País das Maravilhas.
Mas isso não foi possível, não nesta noite.
E Alice então adormeceu, no saguão de espera, logo após que uma lágrima grossa rolou pelo seu rosto.



Por que vontade é uma coisa que da e passa, mas nem sempre é assim...
Por que nem todos os seus desejos podem ser realizados.
Por que tudo pode ser interpretado de várias maneiras.

Saturday, June 02, 2007

Hoje fez um mês que a Hildegard dormiu pra sempre...

Dorminhoca!

Sobre aquelas cicatrizes avermelhadas que com o tempo ficarão brancas, como estrias...

Eu tentei e vi que sou capaz.
De esquecer e brincar de fazer de conta que nada aconteceu.
Eu sei que estou me enganando, mas a sensação que vem é tão boa e confortante.
Acabou não foi?
Ok... Aceitei essa condição.
Mas ainda assim prefiro pensar que nada aconteceu.
Que nunca houve erros nem mentiras.
Não quero mais recitar poesias que quebram meu coração.