Tuesday, October 07, 2008

Meia garrafa de champagne e como sempre, nenhuma mentira é suficiente.

Torna-se fácil quando o tempo passa depressa. Dorme. Hipocondríaca, orgulhosa de qualquer bobagem tola que tenha feito. Bobagem tola, redundância de si mesma. Sangue, algodão, pontos. O pior ano da sua vida pode ser o melhor ano da sua vida? Lê, lê, lê, mente que lê. Arruma um emprego, arruma outro emprego. É escravizada, enquanto guarda moedas para fazer não sei o que, talvez uma viagem, ou novas botas, maquiagem. Tem aulas de francês e tem botecos com três andares para beber mais que duas décadas. Faz vinte e alguns anos e perde a responsabilidade em uma noite-de-se–perder-tudo, com desequilíbrio provocado e idiomas desconhecidos. Aquele e aquele e aquele outro. No fim, aquele que dizem que não podia, a safra de adolescentes bobos que prestam atenção em tudo o que ela fala, e fazem perguntas, e tiram duvidas, e tiram-lhe a vida um pouquinho a cada dia. E um último adolescente e as aulas de francês de novo. Como toda mulher moderna, ela namora um cara mais novo. Ela namora? Não, ela não namora, porque não sabe ter relacionamentos. Ela já não pega um aqui e outro lá, mesmo assim sempre volta para o seu menino com olhos de chocolate de Bukowski. Ela aprende a ser assim, ela chora, ela vira pseudo-escritora, ela não consegue escrever, ela morre, ela se mata, ela esquece, ela tenta, ela desiste. Mais uma que não consegue.