Sunday, November 19, 2006

Just a perfect day!

Sento na cadeira de descanso démodé que você insiste em deixar ao lado da cama.
Sento ali só pra te ver dormir, tão tranqüilo depois de tudo.
Em seu peito nu vejo a cicatriz do lado esquerdo, que você brinca dizendo que foi deixada ali quando eu roubei o seu coração.
Gosto dos cachos negros de cabelos que caem sobre seu rosto angelical.
Sua barba por fazer.
Suas mãos de médico, inconfundíveis.
Gosto da medalhinha, presente de seu último aniversário, que você jura nunca tirá-la.
Gosto desse tempo nublado, na manhã de domingo.
Gosto da garoa fina que escorre pela janela.
A paz que transborda no silêncio.
Que inunda a sua decoração cult e seus dvd´s franceses.
O que mais me encanta é nossa falta de compromisso, nosso trato de não sofrer.
Nos amamos, mas não nos pertencemos.
Me dá vontade de cantar “Perfect Day” pra você.
Você desperta e começa tudo outra vez.
E eu esqueço que tudo vai acabar no final da tarde.
Melhor assim.
Eis o nosso trato de não sofrer.

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