Saturday, October 28, 2006

First Day


A vontade de não me importar faz parte de mim novamente.
Posso te ver rastejando, implorando por piedade sem mover um único músculo do corpo.
Minto! Apenas o músculo facial que faz com que um risinho de canto apareça na minha boca. E o outro que faz com que minha sobrancelha direita fique levemente levantada.
Isso faz com que eu fique com uma aparência cruel.
Divirto-me enquanto você sofre.
Aproveito e atiro em você todas as mentiras dilacerantes que você me deu, só pra te cortar e te ver sofrer um pouco mais.
A vodka pura que bebo num gole só tem gosto de água.
Bebo água com limão.
Volto pra pista de dança onde todos se esfregam como num ritual sexual entre animais.
Deve estar tocando Timo Maas.
Todos dançam em busca de um parceiro.
Encontro o meu e nada mais importa, tudo gira e meus lábios estão dormentes.
Ouço minha própria risada que parece feliz. Mas não está.
Sinto o cheiro de ser importante pra alguém, o cheiro clichê do bom comportamento, do glamour.
Sozinha acompanhada é crueldade maior.
E tudo não passa de uma brincadeira de mau gosto.

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